A Pauta

Por Alessandro Lo-Bianco 

A denominação Pauta aplica-se a duas coisas distintas: ao planejamento de uma edição ou parte da edição (nas redações estruturadas por editorias – de cidade, política, economia, etc.) com a listagem de fatos a serem cobertos no noticiário ou assuntos a serem abordados em reportagem além de eventuais de indicações logísticas e técnicas, ângulos de interesse, dimensão pretendida da matéria, recursos possíveis para o trabalho, sugestões de fontes, etc.
A cada um dos itens deste planejamento, quando atribuído a um repórter, ele dirá (a minha pauta), quer a tenha recebido como tarefa, quer a tenha proposto (o que é comum, particularmente com freelances
Pautas caem quando não é possível realizá-las: ou estavam erradas, ou o que previa não aconteceu por algum motivo, ou não se consegue apura-las com os recursos possíveis. Boas pautas são aquelas que dão origem a matérias que devem sair com destaque e, supostamente, acrescentam algo ao currículo do repórter. Pautas ruins ou podres são aquelas eventualmente trabalhosas, mas que, presume-se, vão resultar em textos secundários, de menor interesse.
É claro que o êxito de uma pauta depende essencialmente de quem a executa.  O trabalho de reportagem não é apenas o de seguir um roteiro de apuração e apresentar um texto correto. Como qualquer processo de pesquisa envolve imaginação, a partir dos dados e indicações contidos na pauta, a busca do ângulo (as vezes apenas sugeridos, ou nem isso) que permita revelar uma realidade, a descoberta de aspecto das coisas que poderiam passar despercebidos.
No entanto, não há dúvida que existem matérias destinadas a serem manchetes e outras que dificilmente não terão esta honra. Quais? Dependo do momento: numa época são as denúncias que importam; em outra, declarações violentas ou ofensivas de políticos; mais adiante, tragédias sociais.
A Pauta A Pauta Reviewed by Alessandro Lo-Bianco on 07:27 Rating: 5

Nenhum comentário