Como estabilizar a perda ética no jornalismo?

Alessandro Lo-Bianco | Jornalismo e ética são palavras eternamente ligadas e discutidas academicamente logo após o ingresso no curso de Comunicação. No mercado que surfamos hoje com a informação, é difíc estabilizar essa perda ética, porque o jornalismo se realiza necessariamente hoje com as relações públicas, políticas, o marketing, a publicidade... Os meios conseguiram introduzir uma visão política de mercado tão natural no espectador da informação que, somado a velocidade que as notícias são descritas atualmente, fica difícil até parar para prestar atenção e conseguir teorizar alguma coisa antes da próxima "suíte". O pior fenômeno é o que acontece nesse caso: o presente estudo da comunicação vai deixando, aos poucos, de ser uma teoria e passa a ser uma ideologia que acaba deixando de lado as informações corretas, para a formação de uma opinião e apreciação crítica, que demanda em mesmo caráter diversas visões diferentes para que o leitor forme seu próprio pensamento. Na Comunicação Social, a problemática é ainda maior porque o tempo de reflexão para os estudiosos são diferentes do campo da prática para os profissionais. Acrescente aí que até a velocidade da evolução tecnológica não deixa nenhum estudo acadêmico ser estabilizado e estudado. É como se o dead line também chegasse das redações para o estudo acadêmico como impulso tecnológico que estamos dando.Desta forma, um dilema hoje no Jornalismo é que o campo acadêmico está cada vez menos condizente com a prática. O jornalismo, apesar de ser classifcado nas áreas humanas, não deixa de ser também uma ciência exata, ou seja: se a maioria que comunica for boa, a comunicação será boa. Se a maioria for de índole ruim, a comunicação será ruim, sem contar a questão do poder econômico que dificulta ainda mais qualquer estudo feito de forma neutra. E no contraponto, a única forma de trazer mais ética para o jornalismo é por meio da própria tecnologia. Ela, com a internet, democratizou os meios de comunicaçã. Desta forma, qualquer um pode desmentir uma notícia falsa com provas em fotos e vídeos. As redações hoje precisam colocar o novo leitor dentro da informação, ou não saberão prosperar. O leitor de hoje produz informação. Antigamente ele só recebia. O novo leitor hoje encontrou na participação digital uma nova teoria, fora do meio acadêmico, o que podemos chamar por teoria de prática: não adianta mais saber sobre a informação, se não é possível participar. É a interação que vai ditar as regras nos próximos tempos da informação.
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