Pensando rápido com Deleuze: "As sociedades de controle"

Por Alessandro Lo-Bianco 

Gilles Deleuze quando escreveu sobre as "sociedades de controle" fez um alerta para a "crise dos confinamentos". Assim como Foucault observou a transição do "poder soberano" para o "poder disciplinar", Deleuze observou a transição das "sociedade disciplinar" para a "sociedade de controle". Dentro deste estudo, o pensador avalia três novos elementos que mudariam a formação da sociedade: novas liberdades, novas tecnologias e novas sujeições. 

Esta transição ocorre após a Segunda Guerra Mundial, na década de 70, quando surge um novo padrão de acumulação capitalista. Vigora o período pós-industrial ou flexível com a chegada de novas tecnologias como a rede de comunicação digital. Com essa nova comunicação aparece novas formas de poder, saber e subjetividades. E como o mundo passa a girar em torno de grandes negócios, a configuração da sociedade passa do sistema disciplinar (era industrial) para o sistema de controle (tecnologia). 

O Estado aqui entende que será impossível continuar disciplinando as pessoas, e por isso assume uma característica reguladora em nome da produção de "um bem estar social". Ele se transforma num "estado regulador".  Neste sistema capitalista, não interessa mais que o indivíduo esteja ordenado, pois esse mesmo capitalismo vai querer agora buscar novos mercados. Assim, pelo mercado tecnológico versátil, o sujeito não pode mais ficar "docilizado" apenas num saber. E isso muda tudo, não acha? 
    
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