A Fonte

Por Alessandro Lo-Bianco


Antes de iniciarmos esta discussão a respeito da fonte, vamos falar um pouco sobre a procedência da notícia. Todos os documentos e pessoas de onde um autor de trabalho jornalístico, literário, técnico ou artístico extraiu informações para a sua obra. 

Na linguagem jornalística, especificamente, distingui-se as expressões fonte, porta-voz, informantes e setores, círculos pu meios, de acordo com os seguintes critérios:

Fonte: Em princípio, é qualquer pessoa usada por um repórter na sua busca de informação. A fonte pode ser oficial (ou formal, geralmente situada nas assessorias de imprensa e de relações públicas das instituições, que são os que produzem notícia) e não autorizada (oficiosa ou não, às vezes, importantíssima para obtenção em caráter informal de uma informação que não pode ser formalizada através dos canais oficiais). 

Quando a fonte não é oficial ou formal, a tendência é escrevê-la no singular com artigo indefinido, ou no plural (fontes), que é ainda mais indeterminado. Na redação jornalística não convém desgastar o termo fonte em qualquer notícia. Costuma-se reservá-los para matérias que envolvam interesses políticos, econômicos, ou questões diplomáticas e de segurança nacional. Informações cotidianas, diretas e factuais (como notícias sobre serviços urbanos, por exemplo), não precisam ser misteriosamente transmitidas por uma fonte. 

Chama-se fonte autorizada à pessoa que substitui o porta-voz nos casos em que o governante ou a alta autoridade não pode pessoalmente formalizar e oficializar a informação ou a opinião do seu governo, embora muitas vezes tenha interesse em torná-la conhecida do público. É muito utilizado como recurso diplomático, a fim de que a posição "mais que provável" de um governo seja conhecida. Após a publicação de uma notícia revelada por fonte autorizada, a informação poderá ou não ser confirmada pelo porta-voz governamental, conforme as circunstâncias.  

Porta-Voz: No sentido comum da palavra, registrado nos dicionários (pessoa que fala frequentemente em nome da outra) não é o mais aceito em jornalismo. O porta-voz é uma pessoa altamente qualificada e autorizada a falar por um governante, um alto funcionário do estado ou de alguma instituição de importância nacional.  O porta-voz deve ser uma fonte reconhecível, e nunca deve ser usado como sinônimo de uma fonte qualquer. O porta-voz de um presidente, por exemplo, é alguém que tem nome e costuma nomeá-lo, sempre que possível. As informações veiculadas pelo porta-voz devem refletir o pensamento oficial da personalidade representada. 

Setores, círculos ou meios: Expressões como setores políticos, círculos diplomáticos e meios empresariais tendem a coletivizar a opinião de alguém influente em seu meio de atuação, quando não convém revelar a fonte. Muito frequentemente no colunismo político e social, esse recurso, usado abusivamente, pode provocar uma credibilidade excessiva no leitor, já que esse tipo de informação parece representar o outro lado da notícia, o lado oculto, mais verdadeiro do que as informações procedentes de fontes desconhecidas. 

Informante: É uma fonte de informação localizada num determinado setor público ou privado, mas sem o status da fonte ou do porta-voz. 
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