O nascimento do LEAD

Por Alessandro Lo-Bianco 

 A notícia ganhou sua forma moderna, copiando o relato oral dos fatos singulares, que, desde sempre, baseou-se, não na narrativa em sequência temporal, mas na valorização do aspecto mais importante de um evento. No caso do texto publicado, essa informação principal deve ser a primeira, na forma de Lead – proposição completa, isto é, com as circunstâncias de tempo, lugar, modo, causa, finalidade e instrumento. Deflagrou-se uma campanha permanente contra a linguagem retórica e destacou-se a importância da ética como fator de regulação da linguagem jornalística.

O conjunto de técnicas surgido na América terminou sendo o mais adequado para a situação gerada na sociedade industrial madura. Os procedimentos desenvolvidos ali se difundiram rapidamente por todos os países industrializados, com adaptações às culturas locais. Mesmos os críticos mais veementes do positivismo ou do funcionalismo – como é o caso dos sistemas de informação das igrejas católicas ou da União Soviética, enquanto ela existiu – terminaram adotando as normas básicas da escola americana para a produção de notícias e reportagens jornalísticas. Elas são versáteis o bastante para conviver com diferentes ideologias; podem suportar linhas editoriais fundadas em hard News – notícias pesadas, como as de política nacional e internacional, ciências e economia – ou em temas de entretenimento, como esportes espetáculos. Tomadas como signo da modernidade, chegaram ao Brasil meio século depois e levaram mais duas décadas para se impor (como sempre, não totalmente) aqui.
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